"Olhos de ressaca..."

Fitei-o. E fui surpreendida com um olhar penetrante, misterioso e vago. Vago como as ondas que quebram na areia. Como digo? Vagas, mas fortes. Olhar manipulador, devorador, simples e vago. Não sou poética o suficiente para fazer-lhe uma comparação digna de tal olhar.
- Que foi?- Perguntou-me
- Nada.
- Distraiu-se. – Disse com um sorriso entreaberto.
E continuou a me fitar, chegando cada vez mais perto. Encostou-se em mim. Mirava-me, examinava-me. Para não me deixar levar agarrei-me às outras partes, quaisquer fossem. Orelhas, nariz. Mas o longo olhar ainda era presente.
- Bela boca. – Sussurrou próximo à meus rosados lábios.
Não o respondi. Apenas conheci a soma de todas as tentações existentes. Todos os sabores se uniram, cheiros se misturaram, mundos se enroscaram... E nossos lábios se encontraram.

Único beijo.

As ondas gélidas e fortes me derrubavam, molhavam-me da cabeça aos pés. A água fria não me doía mais que saber que seus lábios, no entanto meus, tocaram lábios alheios durante segundos que pareceram eternidade, uma pequena eternidade. O amor se escondeu, preferível era a morte a perder-te, preferível era a escuridão, a saber, que teus beijos já não eram só meus.
Mais uma fria onda se quebrou na praia. O vento se misturava com minha solidão e provocava um ruído escutado apenas por meu coração. Ruído ensurdecedor era esse. Tentava gritar, mas a voz me falhava. Fazia apelos à Deus, mas este parecia querer me ensinar a amar através da dor. Planos nossos eram carregados para as profundezas marinhas. Observava o mar, cheio de vida, entrava vorazmente e sem medo de sua fúria invernal. Teria mais uma vida em si, tal vida seria a minha.
Já não podia mais tocar o chão. Sentia frio e desespero, mas nenhum medo. Revivi momentos nossos. Lembra-se dos passeios à luz da lua? Nosso amor jamais acabaria. E cá estou levando-me à morte. Sentia meus olhos ardendo, a água entrando-me nos pulmões. Deixei-me embalar pelo vai-e-vem da morte. Um único beijo foi e destruiu duas vidas. Adeus, meu amor.

Bisbilhotando os blogs da vida...

O desespero por leitura me fez passear de blog em blog hoje. Queria textos que me inspirassem para algo interessante postar, mas a reação foi completamente diferente. Acho incrível como pessoas se acham altamente poéticas quando escrevem três versos terminados em substantivos e rimados com “ão” . Pobre cultura poética, textos indiferentemente sem sentido e rimas. Futura geração de góticos??? Senti pena quando li uma suposta atualização (ou transição) do ultrarromantismo para a poesia contemporânea. Ficou uma merda (estou sem censuras)!
O único bem que me causou a leitura desses textos foram risos. Somente isso.
Boa sorte literatura brasileira! Com essa sua geração de adolescentes revoltados e poetas ultrarromanticos.

Ps. Leitura seeeeeeeeeeeeeeempre ajuda na criação de textos!

{des}Encontro Ideal

E mais uma vez eu pensava no que vestir, sentada na cama, olhando para as gavetas me imaginando vestida em diversas roupas. O perfume já estava escolhido há tempos. E ele? Como iria? De preto talvez, pediria a ele para ir assim. Seria tudo tão perfeito.
Imagino-nos dançando, bem próximos, corpos colados, eu podia sentir sua respiração se misturar com a minha, o mundo vai parar, as luzes vão baixar, só um foco abstrato em nós dois, corações disparados, olhares fixos, bocas secas chegando cada vez mais perto para se tocarem... Mas eu ainda estava escolhendo minhas vestes.
Daria tudo certo, não levaria casaco propositalmente para, caso esfriasse, ele me aquecesse com seu corpo, seu cheiro ficaria em mim. Voltaríamos juntos, novamente abraçados. Seria a melhor noite de todas.
- Alô? Desmarcaram? O quê? Ah nem... Ele já está sabendo? Ta bom, tchau.
...

Untitled.

Quando é repentino, quando é intenso, quando não acontece e nos decepcionamos.
Se fossemos um computador e pudéssemos nos formatar seria tão simples. Mas não funciona assim, viver na tristeza é inevitável, ainda mais quando somos perseguidos por ela. O mundo para, o dia não tem fim, as vozes se alteram e as lágrimas sempre marcam presença.
Soluções?? Ainda não caíram.
E eu desisti.

"Noite escura da alma..."

A noite está fria, gélida como meu coração, ou talvez como o coração de um psicopata. Sem sentimentos, sem vida, sem sons, sem cores... Sem nada. E aqui estou eu mais uma vez, esperando algo cair do céu, algo que sei: Jamais cairá. Deixo os pensamentos fluírem, mas não fluem. E novamente me surpreendo com olhares para o teto à espera de uma solução, uma mínima solução.
O silencio e a escuridão sempre funcionam, mas por algum desconserto na mente hoje não estão funcionando. Bom e velho Rock ‘n Roll, que me faz ter medíocre orgulho e cabelos longos e olhos pintados também não está ajudando em absolutamente nada. – Olha para cima, procurando algo inexistente.
Definitivamente a solução não vai aparecer como fadinhas em histórias infantis, plim! E lá está a resposta para todos os seus problemas, ainda se é presenteada com um príncipe encantado e felicidade eterna. - Olha para cima novamente, mas dessa vez com um olhar desconsolado.
Maldita paixão, maldita tristeza, maldito coração frágil!

Sempre o Amor!

Quem já amou de verdade sabe como é bom sentir isso: Felicidades compartilhadas, coração disparado, boca seca, borboletas no estomago, ansiedade apenas ao ouvir “vamos nos ver!” e olhos lacrimejando na hora do “Tchau”. E quando não se acredita no amor, e se aprende a amar é ainda mais incrível. É voraz, é exagerado, é amor!
E porque não falar de amor? Analisando o amor e suas variações, sempre estamos “dentro” dele, com gestos carinhosos, olhares profundos, sorrisos sinceros. É mais gostoso quando não se fala de amor, mas sim quando se é amor, contato com um amor em pessoa é muito prazeroso, um abraço com amor é ótimo.
Ótimo remédio para amargura que, em excesso, pode ser prejudicial para o coração. Geralmente o mais puro amor não prejudica nada e ninguém.

Em resumo: Desabrochar o amor na vida e no coração de uma pessoa sempre é ideal.
Muito amor para vocês e boa madrugada!

Beijos!

Ps. Ahhh... O amor *-*